Fraudes em alimentos prejudicam saúde dos brasileiros

imgHandlerNeste Dia do Consumidor (15/3), Auditores Fiscais Federais Agropecuários alertam a população para produtos que oferecem risco à saúde. Pescados, orgânicos e queijos estão na mira dos profissionais. As fraudes vão desde a adulteração de selos de inspeção, troca de produtos e falta de certificação para orgânicos.

No caso dos pescados, a substituição é uma das principais irregularidades encontradas. “O bacalhau e o linguado estão entre os alvos. São trocados por peixes de menor valor, como o panga, o alabote e a polaca do Alasca. O polvo também é alterado por lulas gigantes, que, pelo tamanho de seus tentáculos (braços) e similaridade são facilmente confundíveis”, explica o auditor agropecuário Rodrigo Mabília.

Ele destaca que a fraude representa um sério problema de integridade econômica que afeta o bolso do consumidor, além de desrespeitar moralmente o direito de escolha pela espécie que deseja consumir. Mabília acrescenta que o problema está relacionado a crimes ambientais, com o envolvimento de espécies ameaçadas de extinção, além de aspectos nutricionais e de saúde pública.

O queijo é outro produto alvo de fraudes. O auditor federal agropecuário Cristovão Morelly dá algumas dicas. Além de observar a origem sanitária, como, por exemplo, se a marca é reconhecida e se no rótulo há dados do fabricante, bem como o selo do Serviço de Inspeção Oficial – SIF (federal), SIE (estadual) e SIM (municipal) –, é preciso cuidado em relação a outros aspectos: odores exalados, sujeiras presentes no produto e possíveis distorções no rótulo.

Atenção para os queijos ralados. Segundo Morelly, qualquer queijo passado por uma salga pesada ganha consistência para ser ralado. Os produtos clandestinos produzidos com leite cru, sem o processo de pasteurização, ou seja, sem aquecimento e alterações, também podem ser ralados, após o processo de salga. “Por ser feito com leite cru, o alimento ganha características indesejáveis como odor pútrido”, destaca o fiscal. Ele afirma que sujeiras no produto, até mesmo baratas, além de contaminações de inseticidas e raticidas, podem estar no queijo produzido em local clandestino, sem a devida higienização. Adição de amido de milho e uso de leite rejeitado pelas indústrias por estar vencido ou fora de qualidade também ocorrem em produções fraudulentas.

Já no caso dos orgânicos, a auditora federal agropecuária Vera Lucia Ferreira, afirma que principal característica do produto é seu sistema de cultivo sem a utilização de agrotóxicos, organismos geneticamente modificados, adubos químicos ou substâncias sintéticas que agridam o meio ambiente. “Ao adquirir algo orgânico, o consumidor está contribuindo para o fortalecimento de um novo modelo de produção que considera questões fundamentais como a otimização de recursos naturais, a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais e a minimização da dependência de energia não renovável”, explica Vera, que é engenheira agrônoma.

Para o consumidor, não é fácil saber se o alimento é orgânico ou não. No entanto, existem formas de comprovar se o que está sendo ofertado cumpre com as exigências legais que podem garantir a qualidade orgânica. Nos mercados em geral, ressalta a auditora, o consumidor deve observar se o produto tem no rótulo o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) e se foi verificado por “Certificação por Auditoria” ou “Certificação por Sistema Participativo de Garantia”.

Sobre os Auditores Fiscais Federais Agropecuários

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) é a entidade representativa dos integrantes da carreira de Auditor Fiscal Federal Agropecuário. Os profissionais são engenheiros agrônomos, farmacêuticos, químicos, médicos veterinários e zootecnistas que exercem suas funções para garantir qualidade de vida, saúde e segurança alimentar para as famílias brasileiras. Atualmente existem 2,7 mil fiscais na ativa, que atuam nas áreas de auditoria e fiscalização, desde a fabricação de insumos, como vacinas, rações, sementes, fertilizantes, agrotóxicos etc., até o produto final, como sucos, refrigerantes, bebidas alcoólicas, produtos vegetais (arroz, feijão, óleos, azeites, etc.), laticínios, ovos, méis e carnes. Os profissionais também estão nos campos, nas agroindústrias, nas instituições de pesquisa, nos laboratórios nacionais agropecuários, nos supermercados, nos portos, aeroportos e postos de fronteira, no acompanhamento dos programas agropecuários e nas negociações e relações internacionais do agronegócio. Do campo à mesa, dos pastos aos portos, do agronegócio para o Brasil e para o mundo.

RP1 Comunicação Brasília

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