Tempo é Vida

De acordo com denúncias sobre a violação dos Direitos Humanos na Coreia do Norte a Comissão de inquérito das Nações Unidas encaminhou um pedido de medidas urgentes ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para a adoção de sanções contra países que cometem crimes contra a humanidade. O resultado do relatório elaborado pelas Nações Unidas deveria ter sido apresentado em 17 de março de 2014, em Genebra, na Suíça. Mas até 2015, nada tinha sido divulgado destas ações e o regime comunista da Coreia do Norte não sofreu nenhuma punição. Veja em: http://br.blastingnews.com/mundo/2015/08/criancas-sao-devoradas-por-caes-em-campo-de-concentracao-na-coreia-do-norte-00534873.html

Sem limites, seguem os crimes na Coreia do Norte. Agora, em 19/06/2017 morreu o americano Otto Warmbier condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar um cartaz na Coreia de Norte, mais uma vítima de um regime que se caracteriza pela completa eliminação de quaisquer formas de oposição.  

O missionário sul-coreano Kenneth Bae, também foi preso em dezembro de 2012, por atos de “hostilidade contra a República”. Em cativeiro perdeu 27 kg e debilitado precisava ser levado com frequência ao serviço médico. É provável que o agravamento de sua condição de saúde tenha preocupado as autoridades norte-coreanas a ponto de o libertarem – para evitar ter de lidar com a eventual crise diplomática que sua morte causaria. E parece que o mesmo teria ocorrido com Otto Warmbier”.  Veja em: http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40285630

Em terra de sapo de cócoras com eles”. Como diz o ditado. Quem vai a Coreia do Norte está sujeito ao regime deles, mas esses crimes cometidos contra estrangeiros não são piores que os cometidos contra os norte-coreanos. A lei coreana de “culpa por associação” condena também a família por considera-la corresponsável pelo criminoso, portanto se um membro da família for condenado automaticamente todos vão presos e enviados aos campos de concentração.

Em 1994, Ahn Myeong Cheol, descobriu que seu pai, criticou o governo e, em seguida se suicidou. A mãe, a irmã e o irmão foram presos, mas ele conseguiu fugir. Como era guarda nos campos de concentração pode denunciar diversos crimes que foram cometidos ali e que provavelmente continuam ocorrendo.   

Keumok Park, passou 16 anos no campo de concentração de Bukchang (campo 18) – a 64 km ao norte de Pyongyang, foi levada pra lá ainda bebê e mesmo quando estava em liberdade conta que: “Uma vez, fui visitar a casa de um parente sem ter visto, mas fui dedurada pelo vizinho e voltei presa. Minha mãe, por causa disso, foi espancada pelos guardas da prisão por não ter me impedido. Já eu apanhei até desmaiar e ter meus dentes quebrados”. (Veja em: http://www.otempo.com.br/capa/mundo/norte-coreana-relata-mart%C3%ADrio-de-22-anos-em-campo-do-pa%C3%ADs-1.1467429).

No entanto o crime de “Culpa por associação” ainda não se aplicou ao ditador Kim Jong-un. Observe que seu tio, Chang Song-thaek, 2ª pessoa do governo e mentor do ditador, foi também executado por traição em 12 de dezembro de 2013.  Kim Jong-nam, irmão do ditador, morreu envenenado esse ano, em 13/02/2017, provavelmente por haver se mostrado partidário de reformas futuras na Coreia do Norte. Veja em: https://eldiariony.com/2017/02/25/corea-del-norte-es-el-responsable-de-la-muerte-de-kim-jong-nam-hermanastro-de-su-lider/. Mas oficialmente não se sabe quem é o responsável pelo assassinato de Kim Jong-nam e nem o motivo de sua morte.

Porque Kim Jong-un não vai para um de seus campos de concentração com a família pra pagar pelo menos por esse crime de culpa por associação? Em 2014 a Organização das Nações Unidas disse que estava tomando medidas para levar a liderança norte-coreana à Corte Penal Internacional. (http://www.dw.com/pt-br/ex-guarda-exp%C3%B5e-atrocidades-do-regime-da-coreia-do-norte/a-18089735). Mas até agora nada, nenhum órgão internacional e nem nacional conseguiu deter o ditador.

Kim Jong-un é o líder do governo e do Partido dos Trabalhadores, na República Popular Democrática da Coreia. Uma “Democracia” onde a “liberdade de expressão” se traduz em práticas sistemáticas de tortura, fuzilamentos, trabalhos forçados, privação alimentar, entre outras.

Martin Luther King disse: O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Se fosse hoje talvez ele dissesse: “O que me preocupa não é a imobilidade dos presos, mas a falta de mobilidade dos livres”. Todos sabem o que acontece, mas para que serve o conhecimento e as boas intenções sem coragem e iniciativa? Denuncie agora, contribua com a justiça, faça a sua parte. Tempo é Vida.   

Rosita Capelo Fonteles

Jun/ 2017

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